top of page
literatura - extratos alergênicos para diagnóstico e imunoterapia
vacinas imunoestimulantes

vacina estimulante da resposta imune celular (VERIC)

Alergolatina Imunoestimulante VERIC
I. introdução

Existe grande procura para vacinas contra patógenos que causam infecções recorrentes associadas a imunodeficiências. Nestes casos, onde há uma insuficiência no combate ao microorganismo patogênico e uma reduzida imunidade celular, são desejáveis medidas que estimulem essa imunidade.

 

Por esse motivo, indicamos a manipulação da Vacina  Estimulante da Resposta Imune Celular (VERIC), composta de extratos de fungos e de bactérias que exercem comprovada ação imunoestimuladora, em particular sobre a resposta diretamente mediada por células T, a resposta imune celular 1, 2.

 

Durante uma resposta imune do tipo celular são sintetizadas e liberadas substâncias capazes de ativar e potencializar a ação de leucócitos, sejam estes macrófagos ou mesmo subpopulações especializadas de linfócitos T 3. Dentre essas substâncias destacam-se o interferon gama, a interleucina 2 (que promove a proliferação de outros linfócitos T, inclusive os linfócitos citotóxicos) e a interleucina 12 (que direciona a resposta imune para uma resposta celular produtora de interferon gama).

 

Os antígenos componentes da VERIC mostraram-se capazes de diminuir o processo inflamatório com melhora clínica quando administrados em modelos animais e em humanos com infecções recorrentes fúngicas 4 - 6, bacterianas 7 - 10 ou virais 11 - 14.

II. composição e apresentação

Frasco-ampola, neutro, contendo 5,0 mL da vacina, com as seguintes concentrações de antígenos:

 

  • Candidina – 0,4 µg/mL;

  • Tricofitina – 0,4 µg/mL;

  • Toxóide estafilocócico – 0,4 µg/mL;

  • Toxóide estreptocócico – 0,4 µg/mL;

  • Propionibacterium acnes – 36 µg/mL.

III. indicação

A VERIC pode ser utilizada nas patologias resultantes de deficiência da imunidade celular, como no caso de algumas infecções de repetição (como de candidíase e de herpes simples), com o intuito de reforçar a resposta imune contra essas doenças.

IV. posologia e modo de uso

O primeiro passo para a aplicação da VERIC é a avaliação da imunidade celular pré-existente através de testes cutâneos intradérmicos tardios. É recomendada a utilização de uma bateria de antígenos aos quais o paciente, provavelmente, já entrou em contato (por infecção ou por vacinação) e que inclua os componentes da vacina em uma concentração até cem vezes maior para verificar a sensibilidade a estes, como apresentado a seguir:

 

  • Propionibacterium acnes – 2.000 µg/mL;

  • Mycobacterium bovis (PPD) – 50 U/mL;

  • Toxóide estreptocócico – 40 µg/mL;

  • Candidina – 40 µg/mL;

  • Tricoftina – 40 µg/mL.

 

Os testes intradérmicos consistem na injeção abaixo da epiderme de 0,1 mL de cada antígeno. A avaliação da resposta imunológica é realizada após 48 horas e é feita através da medição do diâmetro da induração e do eritema. Reações menores que 5 mm são consideradas negativas, enquanto as maiores são consideradas positivas.

 

Um resultado negativo ou fraco positivo para os antígenos testados é indicativo de que a imunidade celular do paciente (memória imunológica) está diminuída, devendo, nesse caso, iniciar o tratamento.

 

Caso o resultado do teste seja forte positivo para um ou para os dois antígenos componentes da vacina, deve-se usar a VERIC mais diluída (1:10). Não se deve aplicar a VERIC se ocorrer uma reação demasiada intensa (pápulas com mais de 50 mm) para os componentes.

 

A aplicação da VERIC deve ser por via subcutânea profunda em um total de dez doses. Iniciar com 0,25 mL na primeira dose e, uma semana depois, passar para 0,5 mL, repetidos a cada semana. Após a última dose, avaliar novamente a imunidade celular e, se necessário, manter a imunoterapia por mais algumas doses.

V. efeitos colaterais

Apesar de ser um procedimento seguro, a aplicação de antígenos de microrganismos pode levar a reações adversas. Reações locais incluem hiperemia e dor no local da aplicação com a possibilidade de formação de bolhas, necrose, cicatriz fibrosa e mudança na pigmentação; já as reações sistêmicas incluem febre e linfadenopatia 15.

VI. contraindicações e precauções quanto ao uso
  • As vacinas não devem ser administradas se houver suspeita de hipersensibilidade a qualquer dos componentes do excipiente.

  • Observar corretamente a via de administração da vacina. Não se deve administrar por via intravenosa em nenhuma circunstância.

  • As vacinas devem ser administradas sob supervisão médica especializada e com disponibilidade de aparato de emergência, principalmente com epinefrina (adrenalina) injetável, para o controle de possíveis reações adversas sistêmicas graves.

  • Observar os pacientes cuidadosamente por pelo menos 30 minutos após a aplicação da vacina, período correspondente a maior probabilidade de ocorrência de reações adversas 16, 17.

  • Avaliar a condição clínica do paciente no momento da aplicação.  Não se deve aplicar a vacina se o paciente apresentar infecções ou febre.

  • Usar seringas e agulhas separadas e estéreis em cada aplicação para prevenir mistura dos extratos, além da transmissão de agentes infecciosos.

  • Realizar ajustes na dosagem e na frequência de aplicação das vacinas quando necessário.

  • Não há evidência de que extratos de antígenos levem a danos no feto durante a gravidez. Devido à capacidade dos mediadores dos mastócitos de causar contração uterina 18, 19, extratos de antígenos devem ser aplicados em grávidas apenas quando absolutamente necessário. Não há estudos sobre a secreção de componentes antigênicos no leite materno, nem o seu possível efeito em lactentes.

  • Em crianças e idosos as precauções devem ser apenas relativas à idade.

VII - referências
  1. Moreno Amor, A.L. et al. Candidin and trichophytin stimulate the production of Th1 and regulatory cytokines by peripheral blood mononuclear cells: implication for their use as adjuvants in immunotherapy. Immunotherapy 6, 1255-64 (2014).

  2. Tchaptchet, S. et al. TLR9-dependent and independent pathways drive activation of the immune system by Propionibacterium acnes. PLoS One 7, e39155 (2012).

  3. Abbas, A.K., Lichtman, A.H. & Pillai, S. in Imunologia celular e molecular (ed. Elsevier) 203-224 (2012).

  4. Rigg, D., Miller, M.M. & Metzger, W.J. Recurrent allergic vulvovaginitis: treatment with Candida albicans allergen immunotherapy. Am J Obstet Gynecol 162, 332-6 (1990).

  5. Bernstein, J.A. & Seidu, L. Chronic vulvovaginal Candida hypersensitivity: An underrecognized and undertreated disorder by allergists. Allergy Rhinol (Providence) 6, 44-9 (2015).

  6. Moraes, P.S., de Lima Goiaba, S. & Taketomi, E.A. Candida albicans allergen immunotherapy in recurrent vaginal candidiasis. J Investig Allergol Clin Immunol 10, 305-9 (2000).

  7. Bubeck Wardenburg, J. & Schneewind, O. Vaccine protection against Staphylococcus aureus pneumonia. J Exp Med 205, 287-94 (2008).

  8. Brady, R.A. et al. Evaluation of genetically inactivated alpha toxin for protection in multiple mouse models of Staphylococcus aureus infection. PLoS One 8, e63040 (2013).

  9. Garcia-Romo, G.S., Gonzalez-Ibarra, M., Donis-Hernandez, F.R., Zendejas-Buitron, V.M. & Pedroza-Gonzalez, A. Immunization with heat-inactivated Staphylococcus aureus induced an antibody response mediated by IgG1 and IgG2 in patients with recurrent tonsillitis. Microbiol Immunol 59, 193-201 (2015).

  10. Hebert, J.C., Gamelli, R.L., Foster, R.S., Jr., Chalmer, B.J. & Davis, J.H. Improved survival after pneumococcus in splenectomized and nonsplenectomized mice with Corynebacterium parvum. Arch Surg 118, 328-32 (1983).

  11. Nasser, N. Treatment of common warts with the immune stimulant Propionium bacterium parvum. An Bras Dermatol 87, 585-9 (2012).

  12. Horn, T.D., Johnson, S.M., Helm, R.M. & Roberson, P.K. Intralesional immunotherapy of warts with mumps, Candida, and Trichophyton skin test antigens: a single-blinded, randomized, and controlled trial. Arch Dermatol 141, 589-94 (2005).

  13. Bialek, J., Denys, A., Kowalska, M., Ciebiada, I. & Szydlowska, T. The effect of Corynebacterium parvum in influenza infected mice. Arch Immunol Ther Exp (Warsz) 37, 421-30 (1989).

  14. Teixeira, D. et al. Propionibacterium acnes Enhances the Immunogenicity of HIVBr18 Human Immunodeficiency Virus-1 Vaccine. Front Immunol 9, 177 (2018).

  15. Bernstein, I.L. et al. Allergy diagnostic testing: an updated practice parameter. Ann Allergy Asthma Immunol 100, S1-148 (2008).

  16. Tinkelman, D.G., Cole, W.Q., 3rd & Tunno, J. Immunotherapy: a one-year prospective study to evaluate risk factors of systemic reactions. J Allergy Clin Immunol 95, 8-14 (1995).

  17. Cox, L., Larenas-Linnemann, D., Lockey, R.F. & Passalacqua, G. Speaking the same language: The World Allergy Organization Subcutaneous Immunotherapy Systemic Reaction Grading System. J Allergy Clin Immunol 125, 569-74, 574 e1-574 e7 (2010).

  18. Bytautiene, E., Vedernikov, Y.P., Saade, G.R., Romero, R. & Garfield, R.E. Effect of histamine on phasic and tonic contractions of isolated uterine tissue from pregnant women. Am J Obstet Gynecol 188, 774-8 (2003).

  19. Rudolph, M.I., Bardisa, L., Cruz, M.A. & Reinicke, K. Mast cells mediators evoke contractility and potentiate each other in mouse uterine horns. Gen Pharmacol 23, 833-6 (1992).

ref 1
ref 2
ref 3
ref 4
ref 5
ref 6
ref 7
ref 8
ref 9
ref 10
ref 11
ref 12
ref 13
ref 14
ref 15
ref 16
ref 17
ref 18
ref 19
bottom of page